terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Le Orme - Felona e Sorona (1973)

Le Orme é uma banda de progressivo italiana e que tem uma longa história e uma discografia igualmente extensa. Não vou aqui elencar todos os álbuns dessa genial banda, pois muitas das obras que compõem sua discografia são na verdade compilações. Sendo assim, vou restringir-me somente aqueles álbuns que considero excepcionais e altamente recomendados.  "Ad Gloriam" (1969), "Collage" (1971), "Uomo di Pezza" (1972), "Felona e Sorona" (1973), "Contrappunti" (1974), "Smogmagica" (1975) e "Storia O Leggenda" (1977).

Inicialmente, no ano de lançamento de seu primeiro álbum (1969), o Le Orme era formado por Aldo Taglialapietra, Toni Pagliuca, Michi Di Rossi, Nino Smeraldi e Claudio Galieti. Após o ano de 1971, Le Orme se consolida basicamente num trio, no entanto, em alguns trabalhos (Uomo Di Pezza e  Contrappunti), contam com a participação de Gian Piero Reverberi.

Sou altamente suspeito para comentar qualquer coisa sobre o Le Orme, gosto de quase tudo dessa banda italiana. Mas inegavelmente, os álguns "Felona e Sorona" e "Contrappunti" são o exemplo máximo da criatividade, brilhantismo e do virtuosismo dos músicos que participam desses dois trabalhos. Por tal razão, resolvi divulgar apenas esses dois álbuns, mas deixo expressamente consignada, minha veemente recomendação aos demais álbuns anteriormente mencionados pois são igualmente excelentes.

Felona e Sorona é uma experiência única, com  pouco mais de 33 minutos de duração, seus três integrantes, Aldo Taglialapietra, Toni Pagliuca e Michi Di Rossi, realizam uma das obras do progressivo mais bem elaboradas, arranjadas e executadas de todos os tempos. Uma verdadeira obra-prima.

Da abertura do álbum ao seu encerramento, (diga-se de passagem) apoteótico, o ouvinte é conduzido por um universo sonoro grandioso e rico em sutilezas. Algumas vezes, formoso, belo e suave, outras vezes, explosivo, violento e destrutivo. É exatamente como a cosmogonia do Universo. Um retrato sobre o paradoxo da criação cosmológica, ilustrando como a beleza de um determinado evento cósmico, quando observado a distância, pode-nos parecer agradável, belo e gentil, mas ao mesmo tempo, inclemente, destruidor e devastador, e ainda assim, podendo ser entendido como nada mais que uma natural "reciclagem".Uma infinita e necessária "passagem" para uma outra forma do "existir".

Quem não conhece esse magnífico álbum, não deixe para depois. Ouça-o atentamente. Não morra antes de escutar esse verdadeira obra-prima. "Quem viver verá..."

A título de mera curiosidade, existe uma versão desse álbum em Inglês, gravado pela  Manticore (do E.L.P.), cuja a letra foi adaptada para o idioma, pelo grande Peter Hammil. Particularmente, essa versão não me agradou, (é uma verdadeira bosta) a versão na sua língua pátria é muito melhor, mas como dinheiro é, sempre foi e sempre será dinheiro, temos que dar um "desconto intelectual" para o completo desinteresse e ignorância lingüística dos nossos "amigos" Norte Americanos, que somente são capazes de entender, com raríssimas exceções, sua própria língua.

Em tempo:
Esse "lixo" fonográfico, (versão em inglês), pode ser obtido pela rede sem maiores dificuldades, vale como mero artigo de colecionar "alienado" (louco para dizer que possui todas as versões editadas), mas na verdade, não serve para mais nada. É isso ai!

Felona e Sorona (1973)

Músicas:
01. Sospesi Nell' Incredibile
02. Felona
03. La Solitudine Di Chi Protegge Il Mondo
04. L' Equilibrio
05. Sorona
06. Attesa Inerte
07. Ritratto Di Un Mattino
08. All' Infuori Del Tempo
09. Ritorno Al Nulla

Músicos:
Toni Pagliuca: Teclados
Aldo Taglialapietra: Vocal, Baixo e Guitarra
Michi Di Rossi: Bateria

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