sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Journey - Journey (1975)

Para quem não conhece os primeiros trabalhos do Journey, deve estar pensando: "- Pô, qual é a desse cara? Agora vai ficar postando "rockinho" de comercial de cigarro! Putz... esse cara devia parar de beber!" Se foi alguma coisa parecida que passou pela sua cabeça, prepare-se para surpreender-se. O Journey que quero apresentar, não guarda qualquer relação com o "atual" Journey, que ganha o pão nosso de cada dia, vendendo "rockinho" pré-fabricado, voltado para um público de consumo imediato do tipo "fast food".

A história da formação do Journey é longa, por isso, vou restringir-me apenas ao primeiro e terceiro trabalhos. Journey (1975) e Next (1977). Propositalmente vou deixar de fora o Look into the Future (1976) - não consigo gostar desse trabalho e o Infinity (1978), pois embora, esse último ainda tenha alguma coisa de bom, foi esse álbum que marcou o início das composições do tipo "fast food" e depois dele, quase nada restou do Journey original. Perdoem-me aqueles que conseguem ouvir algo de interesante nos trabalhos posteriores do Journey, mas essa é minha opinião.

Journey é uma banda estado-unidense (da Califórnia), formada pelo exímio guitarrista Neal Schon e pelo tecladista e vocalista Gregg Rolie, que juntos decidiram abandonar a banda do grande Carlos Santana e saíram a procura de outros músicos que tivessem interesse em desenvolver um trabalho no estilo da Mahavishnu Orchestra, porém mais hard. Não tardou muito encontram o baixista Ross Valory que já havia tocado na Steve Miller Band (1971) e o guitarrista George Tickner. Em 1974, conheceram o baterista inglês Aynsley Dunbar que naquela época, já havia tocado com muita gente de respeito como Jeff Beck, Frank Zappa and John Mayall, estava formado assim o verdadeiro Journey.

O primeiro trabalho é o mais espacial e progressivo, já revelando uma parcela de hard rock, dentre os três primeiros trabalhos. Tudo nesse LP esta muito bem equilibrado e na medida certa. As sete músicas que o compõem, possuem um encadeamento perfeito, a única exceção fica por conta da quarta faixa "To Play Same Music", que interrompe abruptamente, o até então perfeito encadeamento das composições. Embora seja a música mais fraca do LP, parecendo que foi incluída na expectativa de tornar-se um "sucesso" comercial, os caras aproveitam as brechas e mostram que sabem tocar muito.

Com um vocal melodioso, agradável e as vezes deseperado, arranjos vocais e instrumentais muito bem elaborados, teclados, guitarras, baixo e bateria "quebrando o pau" e não deixando "vazios" instrumentais, o Journey cria seu estilo próprio e forte.

Destacam-se nesse trabalho: Of A Lifetime, Kohoutek, Topaz, In My Lonely Feeling/Conversations e Mystery Mountain. Recordo-me que naquela época (1978), eu viajava muito nos solos dos teclados e guitarras e na excepcional alternância entre a calmaria e a explosão.


Journey (1975)

Músicas:
1. Of A Lifetime
2. In The Morning Day
3. Kohoutek
4. To Play Same Music
5. Topaz
6. In My Lonely Feeling/Conversations
7. Mystery Mountain

Musicos:
Neal Schon - Guitarra solo
Gregg Rolie - Teclado e vocal
Ross Valory - Baixo
Aynsley Dunbar - Bateria
George Tickner - Guitarra rítmica

[Obrigado = Thanks]